sexta-feira

FESTIVAL ISLÂMICO - Mértola


Cores, cheiros e sabores… Gente para cima, gente para baixo… Um ritmo de loucos, por vezes incessante, quase sempre cadenciado pelos ensurdecedores pregões dos vendedores! Eis o cenário habitual numa qualquer cidade magrebina e que entre 19 e 22 de Maio será possível encontrar nas principais artérias do centro histórico de Mértola, transformadas nesses dias num verdadeiro mercado árabe a céu aberto, com todo o tipo de pechisbeques, bugigangas e afins à venda.
A recriação dos típicos souks do Magrebe volta a ser o maior destaque do Festival Islâmico de Mértola em 2011, que na sua sexta edição conta receber milhares de visitantes de todo o país e até de outros pontos da Europa. "Temos sempre pessoas que fazem férias em Portugal propositadamente para virem a Mértola e ao Festival Islâmico naqueles dias", admite ao "CA" Jorge Rosa, presidente da Câmara de Mértola.
Organizado pela autarquia, o Festival Islâmico é considerado o ponto alto na agenda cultural do concelho e vai este ano custar cerca de 200 mil euros. Investimento que Jorge Rosa considera justificado, dado o forte retorno proporcionado pela iniciativa à economia local.
"O Festival Islâmico faz com que estejam esgotados os alojamentos em Serpa, Almodôvar, Alcoutim, até Castro Verde! Estamos a contribuir para a economia da região", garante o edil, que espera, apesar da crise, a mesma dose de sucesso das edições anteriores. "Em 2009 contabilizámos entre 50 a 60 mil visitantes e este ano esperamos manter o nível, ainda que possa haver alguma quebra na compra de produtos. Ou seja, a parte das vendas poderá não ser tão boa como na edição anterior, mas estou em crer que o número de visitantes será similar àquele que tivemos em 2009", vaticina.

Souk "protegido" e mais… muito mais!

Tal como nas cinco edições anteriores, também em 2011 há algumas novidades no Festival Islâmico de Mértola. Mas a "menina dos olhos" continuará a ser o inebriante souk, que este ano será ampliado a mais uma rua do centro histórico da vila (para permitir uma melhor circulação dos visitantes) e ao qual Jorge Rosa garante "protecção total".
"O souk é aquilo que é diferente neste festival em relação aos outros e aquela zona é totalmente protegida. Não permitimos que haja lá outro tipo de comércio que não seja aquele que se tradicionalmente se encontra num mercado árabe", vinca o autarca.
O programa do sexto Festival Islâmico de Mértola não se resume, contudo, ao mercado. Durante os quatro dias do certame, há muito mais por onde escolher, desde exposições a música, passando por colóquios, uma feira do livro, sessões de dança, espectáculos de teatro e até passeios de barco pelas águas do Guadiana.
No primeiro dia de festival, a 19 de Maio (uma quinta-feira), destaque para a conferência "Diálogo e Co-existência na Região Euro-mediterrânica: o Relatório de Tendências Interculturais Anna Lindh 2010" (16h30) e para o colóquio "Norte de África – ¿Una Revolucion Islàmica?" (18h00), assim como para o concerto de Eduardo Paniagua no castelo.
A 20 de Maio (sexta-feira) realizam-se o colóquio "La Verdad de la Economia Actual: A Quien Protegen los Estados" (18h00), os concertos de Nass Marrakech e Justin Adams & Juldeh Camara (22h00) e um baile com os Uxukalhus (01h00), enquanto que no dia seguinte, 21 de Maio (sábado), têm lugar mais dois colóquios e os espectáculos de Sebastião Antunes (com participação especial de Janita Salomé), Speed Caravana e Kumpania Algazarra (a partir das 22h00).
O sexto Festival Islâmico de Mértola termina a 22 de Maio (domingo) e ao longo dos quatro dias terão também lugar os circuitos dos Pátios de Mértola e da Poesia, uma feira do livro e espectáculos de dança e teatro, além do final do curso de iniciação à língua árabe e cultura islâmica, que arrancou em Fevereiro.

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